Cidades europeias apostam na proibição de carros no Centro

Não é de hoje que as regiões centrais das grandes cidades passam por momentos difíceis. Um dos aspectos de dificuldades diz respeito aos grandes congestionamentos, abarrotados de veículos em ruas muitas vezes históricas, longe de terem sido projetadas para essa quantidade de carros.

Na tentativa de frear esse problema, muitas das cidades estão tomando medidas limitando a circulação de veículos nessas áreas.

É o caso de Lisboa, a capital portuguesa anunciou o plano de impedir a circulação de carros na zona central da cidade. A ideia inicial é de implementar por um período teste de três meses, começando no último dia 26 de abril. Uma zona mais ampla vai proibir o acesso de veículos com mais de 3,5 toneladas métricas, incluindo ônibus turísticos, nos horários entre 8h e 20h. Ônibus do transporte público estão livres para circular. Os carros que forem em direção ao centro serão levados para um anel semicircular rodoviário próximo ao centro de Lisboa.

Paris é outra capital europeia com pensamento semelhante, a cidade francesa tem um plano mais a longo prazo de restringir a passagem de carros pelo centro a partir de 2024. Os motoristas que forem pegos passando pela zona devem ser obrigados a pagar multas através de uma fiscalização policial presencial e por meio de câmeras. Tal ação faz parte de uma série de medidas relacionadas aos Jogos Olímpicos de 2024 que irão ocorrer na capital francesa e exigirão um esforço maior para melhorar a mobilidade da cidade, especialmente nesse período dos jogos.

A ideia francesa é parecida com a adotada em Madri, onde carros não podem circular dentro de um horário estabelecido, sujeitos a aplicação de multas.

Esse tipo de iniciativa é louvável por promover alternativas ao domínio dos carros como meio de transporte, porém deve ser feita com um bom planejamento para evitar que outras vias acabem absorvendo todo o congestionamento, além de ser necessária uma boa comunicação com a rede de transporte público.

Lisboa parece ter pensado nesse último aspecto e vem ampliando sua extensão metroviária, incluindo a criação de duas novas estações ligadas ao centro. Da mesma forma que Madri e Paris também não param de aprimorar suas redes de transporte público, algo que infelizmente está distante da realidade das cidades brasileiras.

Talvez o caminho para melhorar os centros de nossas cidades passe por esse planejamento mais a longo prazo, com muito investimento e priorização no transporte público tornando a utilização de carros cada vez menos atrativa.

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