Uma ideia vem ajudando a fortalecer o transporte público na Alemanha, e consiste basicamente em cobrar uma tarifa de €49 (R$ 257,50) por mês para dar direito ao dono do bilhete fazer viagens ilimitadas através de ônibus, metrôs, trens e bondes por todo o território alemão. Uma iniciativa já tomada de maneira experimental no ano passado e que agora foi adotada de maneira definitiva.
Os resultados foram considerados extremamente positivos: o número de viagens de trem de mais de 30 quilômetros de distância aumentou 27,5% em junho, passando de 97 mil em abril para 123 mil em junho, de acordo com dados divulgados pela agência de notícias DPA através da empresa de telecomunicações O2 Telefonica.
A utilização de carros pelos alemães também foi comprovadamente reduzida: em junho, houve quase 100 mil menos viagens diárias de carro em média, em comparação com o mesmo mês do ano de 2019 – período anterior à pandemia e antes da redução do valor das passagens.
A secretaria de transportes e o governo alemão têm comemorado os resultados, não só pela melhoria na mobilidade urbana do país, mas também pela redução de emissões de carbono. A associação alemã de empresas de transporte, VDV, estima uma economia de cerca de 1,8 milhão de toneladas de emissões de carbono durante apenas três meses.
Esse tipo de iniciativa demonstra que muitas vezes o que impede o acesso da população à utilização do transporte público é simplesmente a adoção de altas tarifas, transformando o barateamento das tarifas em uma forte e eficaz medida para o fortalecimento da rede pública de transportes. Em um país com grande parte da população pobre como o Brasil, o exemplo alemão merece ser, no mínimo, olhado com atenção para ser aplicado por aqui.