A resposta parece simples (e realmente é): a construção de ciclovias e infraestrutura para a circulação de bicicletas naturalmente irá gerar um aumento de ciclistas nas cidades.
A cidade de Valencia na Espanha, é um bom exemplo disso: nos últimos tempos as obras para novas ciclovias não param de aumentar, vários trechos ligando diferentes bairros estão sendo inaugurados, algo que gerou um aumento superior a 20% na utilização de bicicletas na cidade.
A plataforma americana Strava, realizou uma pesquisa que também constatou o aumento do uso de bicicletas no Brasil, especialmente em várias das capitais.
O período da pandemia certamente influenciou nesses números, uma vez que os transportes individuais e praticados ao ar livre foram uma forte alternativa para substituir o uso dos transportes públicos e veículos por aplicativo onde o risco de contaminação é maior.
Ainda sim, é possível perceber o aumento de investimentos em ciclovias dentro das cidades brasileiras. Curitiba foi a cidade com o maior aumento no uso de bicicletas, com 31% em comparação com 2019, muito por conta dos quase 300 km de ciclovias espalhadas pela cidade, conectando o centro comercial com vários bairros. A vice-campeã, Rio de Janeiro, foi a cidade com o segundo maior aumento, 25%. Mesmo não tendo uma grande expansão em sua malha cicloviária, medidas como a requalificação da Avenida Amaral Peixoto em 2020, gerou um aumento de até 250% na circulação de ciclistas na via.
Apesar da solução ser simples, muitas das cidades brasileiras não parecem tão dispostas a enfrentar o domínio dos automóveis e apostar na infraestrutura para bicicletas. A própria mentalidade da população parece contribuir para isso, uma vez que muitas das mudanças que afetam os veículos individuais são duramente criticadas por muitos.