Como Nova Iorque tem deixado seu trânsito mais seguro

A cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, vem apresentando dados positivos no que diz respeito a redução de ferimentos graves e mortes em acidentes de trânsito.

Um estudo do Departamento de Transportes da cidade avaliou dados sobre acidentes, feridos e mortes em determinadas vias de Nova Iorque antes e depois da conclusão de vários projetos de melhoria de ruas. Foram mais de 1000 projetos desse tipo entre os anos de 2010 e 2021 de acordo com o relatório. Essas intervenções variam das mais simples, como maiores intervalos para pedestres atravessarem o sinal; ou projetos mais complexos, como remoção de faixas de veículos para dar lugar a ciclovias.

 

Resultados:

Os números mostram reduções substanciais de ferimentos graves e mortes graças a essas intervenções.

Ações como criação de ilhas de pedestres, extensões de meio-fio e calçadas, geraram uma redução de aproximadamente 30% nos acidentes. Outras intervenções, como a sinalização de mudança de direção e ciclovias pintadas e protegidas, tiveram reduções menores, mas ainda significativas, de aproximadamente 15% para todos os envolvidos no trânsito.

O relatório descreve que as mudanças foram expressivas também por terem sido implementadas em ruas muito movimentadas e perigosas.

 

O problema estadunidense:

Nos Estados Unidos esses resultados novaiorquinos estão sendo comemorados também por estarem inseridos em um contexto complicado para o país. Em todo o território nacional as mortes no trânsito e as mortes de pedestres estão aumentando. Um relatório da “Smart Growth America” descreveu recentemente que as estradas se tornaram mais fatais desde o início da pandemia; diferente do que vem acontecendo em outros países, especialmente os europeus.

Trânsito em Nova Iorque, New York
Vista do alto, trânsito em Nova Iorque. Foto: Alex Azabache

Conclusões:

O relatório ajuda a concluir que as intervenções que dão mais espaço aos pedestres em detrimento de veículos apresentam melhores resultados na redução do risco de lesões graves e morte. Uma surpresa para muitos foi a redução de 34,1% nas mortes e ferimentos graves com a única ação de estender o meio-fio – também conhecida como “neckdown”.

Outra conclusão importante foi a respeito das ciclovias protegidas, que separadas do tráfego por canteiros centrais, vagas de estacionamento ou outras infraestruturas, foram mais eficazes do que as ciclovias apenas pintadas. Já falamos sobre esse assunto AQUI no blog.

O grande mérito de Nova Iorque talvez tenha sido ousar, apostar em diferentes ações e a partir daí analisar se traria resultados positivos ou não. Com a ajuda de cidades como Nova Iorque e outras ao redor do mundo se torna possível construir uma lista de ações comprovadamente eficientes para as pessoas e para diminuir o número de mortes.

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *