Cidades ao redor do planeta estão percebendo que o melhor caminho para gerar mobilidade e afastar os congestionamentos é o incentivo ao transporte público.
Florianópolis é mais uma das cidades brasileiras que parecem seguir essa tendência. Logo no início do ano a prefeitura resolveu lançar o chamado “Domingo na faixa”, uma iniciativa que no último domingo do mês disponibiliza gratuitamente o transporte coletivo para todos.
A outra ação da capital catarinense é a “Tarifa Vai e Vem”, que permite a integração entre ônibus do transporte coletivo durante um período de três horas.
As duas ideias são consideradas bem-sucedidas pela Secretaria de Mobilidade e Planejamento Urbano da cidade, só em outubro cerca de 680 mil passageiros foram beneficiados com esses dois incentivos. Os dados da Secretaria de Mobilidade mostram que a procura por ônibus no último domingo do mês tem sido aproximadamente 30% maior em comparação com os outros domingos.
A experiência do transporte gratuito no segundo turno das eleições foi bem vista de modo geral pelas administrações municipais e principalmente pela população. O sucesso dessa iniciativa parece ter empolgado muito dos gestores, como em São Paulo, que já pensa em adotar o passe livre de modo definitivo como já vimos em outro post, e a própria prefeitura de Florianópolis, que pensa em adotar mais medidas do tipo, especialmente para a temporada de verão que sempre recebe muitos turistas.
A importância aos incentivos para a população utilizar o transporte público é visível quando paramos para pensar na quantidade de veículos particulares que deixam de ir para as ruas e desafogam os congestionamentos. Uma conta da própria prefeitura de Florianópolis estima que para cada ônibus circulando com capacidade total, são menos 40 veículos na rua.
Entretanto apenas a aplicação dessas ações de maneira isolada não é suficiente para um resultado satisfatório. A quantidade de ônibus deve acompanhar a demanda de passageiros, a excessiva lotação dos coletivos é um problema frequente nas principais cidades brasileiras. Os atrasos e a má qualidade dos veículos também são reclamações dos usuários.
O mais complicado talvez seja a construção de uma boa infraestrutura para a circulação desses coletivos, uma vez que nossas cidades foram construídas com base no modelo de prioridade para carros, fruto do pensamento modernista do século XX muito presente no Brasil.
Outras medidas mais complexas e a longo prazo precisam ser consideradas para uma real eficiência do transporte público no Brasil. Um desafio que deve priorizar principalmente a população mais pobre, que predominantemente vive nas periferias e é maioria dentre os usuários do transporte público.
Pouco a pouco, vamos torcer e seguir cobrando o poder público em busca dessas mudanças