*com base na matéria de Luz Lazo do Washington Post
Uma proposta de ciclovia na movimentada Connecticut Avenue NW, tem causado polêmica e muita discussão entre os moradores de Washington, DC, nos EUA.
O projeto de US$ 4,6 milhões, liderado pela prefeita Muriel E. Bowser, planeja uma ciclovia ao longo de um corredor que transporta 32.000 carros diariamente. Isso diminuiria a capacidade da pista para veículos pela metade durante os horários de pico e eliminaria cerca de 300 vagas para estacionamento. A crescente rede de ciclovias protegidas da cidade possui uma lacuna entre o noroeste e o centro da cidade, algo que seria suprido pelo projeto.
Segundo estudos do plano, cerca de 100 ciclistas utilizam trechos dessa rota diariamente, número que vem gerado reclamações de críticos do projeto. “Por que estamos fazendo tudo isso para o benefício de cerca de 100 pessoas e incomodando e tornando a vida muito difícil para mais de 32.000 pessoas?” disse Gary Stevens, advogado aposentado e antigo morador do bairro de Forest Hill. Segundo autoridades da cidade, cerca de 7.000 veículos desviariam suas rotas para outras vias, algo que talvez possa gerar congestionamento em outros locais.
Vários grupos anti-bicicletas surgiram nos últimos meses, como o SaveConnecticutAve, além de muitos comerciantes preocupados com o fim das vagas de estacionamento. Mark Rosenman, membro do Save Connecticut Avenue e morador do bairro, coletou cerca de três dúzias de assinaturas de empresas da região na tentativa de barrar o projeto. Ele disse que as pequenas empresas deixaram claro que o estacionamento é essencial para seu sucesso.
O Departamento Distrital de Transportes disse estar ouvindo todas as reclamações, principalmente as relacionados sobre o estacionamento, e planeja fazer algo a respeito. O projeto da Connecticut Avenue também inclui a mudança de pontos de ônibus para locais mais seguros, ilhas de refúgio para pedestres, extensões de meio-fio e outros. Porém, o diretor do Departamento, Everett Lott, chamou as ciclovias protegidas de “uma prioridade máxima” para a agência, uma vez que a cidade tem visto um aumento nos acidentes de trânsito fatais nos últimos anos, incluindo três ciclistas mortos este ano.
Apesar das reclamações, alguns moradores e vários grupos de ciclistas estão apoiando a proposta. “Não há uma maneira segura de pedalar agora nesta parte da cidade”, disse Josh Rising, ciclista e fundador da Ward 3 Bicycle Advocates.