O conhecido programa Minha Casa Minha Vida criado pelo governo federal em 2009 deve ganhar a criação de uma nova mobilidade se aproveitando de prédios atualmente inutilizados.
O programa tradicionalmente tem o objetivo de reduzir o déficit habitacional com a oferta de subsídios e financiamentos mais acessíveis para a compra ou para a construção de novas moradias.
Mesmo sendo uma iniciativa extremamente necessária, uma crítica geralmente feita ao longo dos anos diz respeito a localização ruim da construção dessas novas moradias. A falta de interesse das construtoras edificarem em regiões mais valorizadas e caras, somadas com a facilidade e maior oferta de terreno em regiões mais afastadas, acabaram gerando condomínios quase que desconectados das cidades.
A distância em relação as regiões centrais, com oferta de comércio, emprego, transporte público e infraestrutura de modo geral no fim acaba fortalecendo a segregação e a exclusão de uma população mais pobre do contexto geral da cidade.
Uma alternativa defendida por muitos é a utilização do Retrofit, termo utilizada na área da construção civil e da arquitetura para o método de modernização e reforma de uma edificação já existente, geralmente já antiga e deteriorada.
Tal possibilidade resolveria diversos problemas de uma só vez, pois iria inserir a população necessitada em áreas mais centrais e com mais infraestruturas; daria uma utilidade para edificações atualmente inutilizadas; além de muitas vezes promover a revitalização de áreas importantes dentro das cidades.
O governo federal ainda não deu mais detalhes de como vai funcionar essa nova modalidade, mas esse tipo de ação já foi defendida aqui no blog em outros posts, muito por conta de experiências bem sucedidas já implementadas em grandes cidades do planeta, como na Filadélfia e em Nova Iorque, nos EUA, onde escritórios sem uso estão virando novas moradias.
O anúncio feito pelo governo e pelo Ministério das Cidades deve ser comemorado, mas é necessário acompanharmos como será conduzido esse processo, torcendo para que de fato os interessantes da população se sobreponham ao interesse das grandes construtoras.